No dia 4 de dezembro foi comemorado o chamado Dia da Favela. Mas, como comemorar um problema social? Há como comemorar uma distorção social? Deveríamos comemorar, então, o trabalho precarizado, ou a pobreza, em si?
Pelo que se viu na grande mídia, semana passada, parece que sim. A favela é motivo de orgulho, é, até mesmo, musa inspiradora de artistas (que nem na favela moram). Provavelmente, esses artistas prefeririam que a favela continuasse a existir, para não perder sua fonte de inspiração. Assim como aqueles hipócritas, dão uma ajudinha ao pobre, mas não fazem com que ele deixe de ser pobre. Pobrismo, se chama.
Então? Devemos continuar comemorando o esgoto a céu aberto, o crime organizado, as balas perdidas, os tiroteios, as habitações subnormais, a rede elétrica perigosamente irregular, a dificuldade pra tudo? Ou preferimos, um dia, comemorar que a favela deixe de ser favela; que seja urbanizada, que as moradias deixem de ser subnormais e passem a ser normais, decentes, que o esgoto seja tratado, que o crime seja extirpado, que o Estado possa entrar em meio a essas populações para disponibilizar serviços públicos, e que essas populações possam se integrar totalmente à sociedade, com direitos e deveres?
A garra de trabalhador morador de favela, sim, deve ser motivo de orgulho. Assim como sua criatividade, a boa cultura que produziu nomes como Cartola, Zé Ketti, Jorge Benjor... Mas ser pobre, apenas, não é identidade cultural, não é algo que deve ser preservado, nem comemorado. A favela existir, tal como é, não é algo pra se comemorar. Sua existência é um problema social, que serve àqueles que dele se servem. E a favela, urbanizada, com seus problemas sanados, deixará de ser favela, para ser bairro. O que é algo absolutamente normal. É algo para ser comemorado.
11/06/22

Dia da Favela é pra comemorar?
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